sexta-feira, agosto 06, 2010

Vovó e o caminhãozinho...

Minhas tardes (de segunda a sexta feira) são preenchidas com a presença do meu neto Miguel, que com certeza, independente de toda a mão de obra que isto me acarreta, tem um balanço positivo: estar com ele  é um contínuo exercício de  paciência, além de manter sempre viva a chama do "ser criança", o que acho imprescindível tanto para mim quanto para ele, com quem passo do "imitar coelho", até o "virar a bruxa doida do centro oeste", reestabelecendo em mim uma sanidade colorida de criancices.E ainda de quebra mato a saudade de quando fazia minhas caras e bocas no teatro.Noooossa!!é muito bom!
Embora às vezes isto me faça pagar alguns "miquinhos".Como ,por exemplo, no dia em que fomos com a minha filha ao médico.
A sala de espera da gastroenterologista estava lotada quando chegamos eu, Miguel ao colo para não perder tempo e Ananda que (ahhhhh, adolescência!!) se mantinha de cara amarrada por ter sido levada a estar ali em consequência da suposta gastrite que a atingira.Cedi então o último assento que restava, ela sentia dores e Miguel não ficaria mesmo sentado, já que tantas coisas e pessoas ali o convidavam a uma detalhada "inspeção".
Vovó! que é isso?...vovó! ali tem torneira! vovó, olha o menino com dodói!!vem, vovó, vem ver o caminhãozinho!!!!
Neste momento ele já estava em frente a uma enorme janela no quinto andar, ainda bem que com grades!!... e seu olhar parecia extasiado com vários caminhões de terra que trabalhavam numa construção ao lado do hospital. Sem perceber, sentei-me no chão ao lado dele e comecei uma viagem que, iniciada com barulhos de caminhão feitos com a boca, foi até às mais esquisitas expressões corporais e faciais que minha "flexibilidade" podia então exibir ...até que uma voz me tirou do "transe", era Ananda pedindo um documento que estava em minha bolsa. Só aí percebi que as pessoas nos olhavam, estávamos no chão sentados, avó e neto!!...e sob o olhar de "ai, que mico!" de minha adolescente filha! Apenas ao me levantar  pude perceber que a porta atrás de nós dava para a psiquiatria...e aí foi impossível segurar a risada.Risada esta que Miguel , com certeza imaginando ser tudo ainda parte da brincadeira, acompanhou com uma gargalhada que chegou a ser emocionante.
Na altura em que estou da minha vida, vez em quando me pego preocupada com o que é ridículo ou o que pode ser loucura. Por outro lado, em situações como esta, penso que ridículo e insano seria se eu não tivesse embarcado neste trem...ou neste caminhãozinho...



3 comentários:

  1. Um dia a dia maravilhoso...neto...brincadeiras...
    Há que desespero...que BOM!!!!
    Mas avó tem que aguentar...e nem precisa fazer força é bom demais com certeza!!
    Mas e o hospital...caramba...
    Sempre a espera...que bom pode brincar com Miguel!!!
    Só acho que faltou marcar a consulta ao PSIQUIATRA...oh eu NÃO...quem tava lá achou!!!
    Você já tem uma "terapianeto"
    Não precisa NÃO!!!
    Continue feliz com sua filhas e Miguel.
    E tenha sempre muita paz!!!
    Abraço amiga!!!!
    Carlos

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  2. Que lindo! Aqui em casa, tem muitas criança e minha vó fica louquinha, mas ela ama. Seus sentimentos me fizeram lembrar disso tudo. Estou amando seus blogs e já os estou seguindo!!!
    Milhões de bjus

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  3. "Mas louco é quem me diz... Que não é feliz"
    A Aisha me mostrou seu blog! Estou apaixonada.

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